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A Psicologia e a Qualidade de Vida

Nos últimos anos o tema da Qualidade de Vida tornou-se presença importante não só em reportagens jornalísticas, mas principalmente na pesquisa acadêmica em Psicologia. O pequeno país Butão ficou famoso por introduzir ao invés do PIB o FIB, a “Felicidade Interna Bruta”. Portanto, na contramão dos valores de uma sociedade cada vez mais materialista e tecnicista, estudos mostram que o conceito de Felicidade está muito mais associado a Qualidade de Vida do que a riqueza e bens materiais. Todos buscam um nível básico de conforto e segurança financeira para a velhice mas, além de um certo patamar, há muita evidência que posses e dinheiro não estão associados ao bem estar. O que sim está ligado ao tema da Felicidade e da Qualidade de Vida é o conceito de Inteligência Emocional, ou seja, nossa capacidade de autoconhecimento, saber manejar as emoções e nos relacionarmos bem, conseguindo agir com sabedoria e generosidade. Isso mesmo, pessoas generosas são mais felizes.

Estas ideias não são utopias, estão baseadas em muitos estudos sérios, é só conferir no Google!

Cito como exemplo a pesquisa feita com profissionais de saúde mental, que perguntava quais os colegas que mais admiravam. Mostrou que as pessoas mencionadas eram aquelas que tinham uma vida bem equilibrada, divididas entre o trabalho, a família, o lazer e o envolvimento com a comunidade. Não surpreende, pois o ser humano tem necessidades auto-afirmativas mas também integrativas, tem que cuidar de si e dos próximos mas também precisa envolvimento com seus grupos de apoio e participar da vida da comunidade. Ainda, questão urgente hoje em dia, precisa cuidar da saúde planetária, a casa de todos nós, que está ameaçada. Voltando aos aspectos afetivos, como psicoterapeuta de casais e famílias sei que a saúde mental dos adultos está muito vinculada a um bom relacionamento conjugal. Um exemplo concreto da prioridade dos laços afetivos sobre as questões materiais é a palavra escolhida por casais felizes na meia idade sobre o segredo do sucesso no casamento: amizade! Importante também mencionar que especialistas em assistir pessoas no final da vida relatam que aqueles que mais se lamentam dizem que estão arrependidos de não terem se dedicado mais à família e aos amigos, tendo se preocupado principalmente com as questões materiais.

Nossa cultura ainda não investe suficientemente nesta perspectiva, mas isso é tão importante que já há dez anos a instituição onde sou um dos coordenadores, o Instituto da Família de Porto Alegre, desenvolve um projeto social para estimular a Inteligência Emocional nas escolas públicas de Porto Alegre, em associação com o programa de extensão Viver Melhor na Escola da UFRGS. Já envolvemos 700 alunos e 20 professores neste desafio e uma pesquisa acadêmica, com setenta crianças que receberam uma intervenção de doze sessões publicada no ano passado, mostrou uma melhora significativa na qualidade de vida e vários aspectos da saúde mental. Boa Qualidade de Vida para todos nós!

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