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A Violência Invisível

Vou fazer algumas reflexões sobre um tema que considero muito sensível no que se refere ao campo das relações humanas: A VIOLÊNCIA INVISÍVEL.

A violência invisível não deixa marcas físicas, mas fere profundamente a alma. Acontece em diferentes situações e muitas vezes não a percebemos como tal porque passa a fazer parte do nosso cotidiano, sem questionamentos de nossa parte.

A violência invisível tem múltiplas formas de manifestação. Nas relações interpessoais aparece em papéis como: marido-mulher, pai-filho, mãe-filho, patrão-empregado, professor-aluno, etc.

Uma das formas de violência invisível aparece na comunicação verbal e não verbal. São mensagens desqualificantes que, à medida que são repetitivas, vão pouco a pouco penetrando no

psiquismo de quem as recebe causando uma confusão mental, que se manifesta, num primeiro momento, sob sentimentos de dúvida sobre suas reais potencialidades e capacidades.

Com a continuidade, aparecem sentimentos de menos valia que podem levar a um quadro depressivo. É importante assinalar que esse processo - emissão de mensagens depreciativas - tem início em pequenas doses no dia-a-dia, aparece de forma tênue, quase imperceptível, por isso mesmo difícil de serem questionadas. O emissor tem o objetivo de manter o poder e o controle da relação e com a repetição das mensagens, vai se caracterizando uma forma de se relacionar.

Essa dinâmica de funcionamento aparece em diferentes níveis de relacionamento. Quando essas mensagens são passadas de pais para filhos, a criança vai desenvolvendo um núcleo de baixa autoestima que afeta a sua confiança básica para enfrentar situações de vida. No que se refere ao casal, a desvalorização do outro vai minando a relação e, como consequência, se estabelece uma insatisfação constante. Como, historicamente, a mulher tem assumido um papel mais submisso em relação ao homem, é mais frequente encontrar mulheres que não expõem seus sentimentos, silenciam suas dores e raivas, acumulando ressentimentos. Essa é uma violência invisível que ela pratica contra ela mesma. E o que nem o homem nem a mulher, geralmente, se dão conta é que esta é uma relação que os empobrece.

Nesta forma de relação, as mulheres alimentam a prepotência masculina e os homens, por sua vez, muitas vezes, fazem “uso e abuso” desta dinâmica se tornando “pequenos ditadores”.

Passa a imperar o pensamento familiar através da ótica masculina. Com a continuidade desse processo, vão se intensificando o sentimento de nulidade na mulher e a prepotência no homem. Ambos infelizes por terem que carregar fardo tão pesado no desempenho de papéis com funções já determinadas.

O que faz a diferença e traz mudanças é a capacidade de se questionar, ter uma escuta às suas insatisfações e, a partir daí, buscar uma forma de se relacionar que se manifeste numa livre expressão dos sentimentos e emoções, solidariedade e respeito ao jeito do outro ser, cada um permanecendo inteiro no espaço que ocupa.

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